tag:blogger.com,1999:blog-7616275995520836802024-03-05T01:42:35.246-03:00Vou fazer um ContoMadalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.comBlogger98125tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-53913204878123358772013-12-06T09:11:00.001-03:002013-12-06T09:11:25.935-03:00Canta Nana, Canta.<div class="cor_2" id="cabecalho" itemscope="" itemtype="http://schema.org/MusicRecording">
<h1 itemprop="name">
<span style="font-weight: normal;"><span style="font-size: small;">
Saudade de Amar
</span></span></h1>
<h2>
<span style="font-weight: normal;"></span></h2>
</div>
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Saudade<br />
Daquele romance que a gente viveu.<br />
Saudade do instante, em que eu te encontrei.<br />
Saudade, do imenso desejo que a gente perdeu.<br />
Eu tenho é muita saudade,<br />
Do tempo que amei</span><br />
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Saudade, da força que tinha o meus olhos nos teus<br />
Eu vivo a mercê das lembranças,<br />
Depois desse adeus.</span><br />
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">A gente não deve,<br />
Sofrer por amor tanto assim.<br />
Porem, todo amor mesmo breve,<br />
Eu guardo bem dentro de mim.</span><br />
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Saudade, de cada momento que eu lembro de cor.<br />
Só sabe de amor e de saudade,<br />
Quem já ficou só.</span><br />
<span style="font-size: small;">
Saudade, eu tenho saudade.<br />
Mas não de contigo voltar.<br />
Eu vivo sentindo saudade,<br />
De amar</span><br />
<br />
<span style="font-size: small;">Nana Caymmi </span>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-63014998473434496702013-12-04T11:19:00.001-03:002013-12-04T11:19:38.027-03:00Mas Hein?Além Alma<br />
<br />
Meu coração lá de longe<br />faz sinal que quer voltar.<br />Já no peito trago em bronze:<br />Não tem vaga nem lugar.<br />Pra que me serve um negócio<br />que não cessa de bater?<br />Mais parece um relógio<br />que acaba de enlouquecer.<br />Pra que é que eu quero quem chora,<br />se estou tão bem assim,<br />e o vazio que vai lá fora<br />cai macio dentro de mim?<br />
<br />
[P. Leminski]
Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-36723086501290972122013-07-26T08:45:00.000-03:002013-07-26T08:45:04.668-03:00Parece que o amor chegou aí"Fez-se mar,<br />
Senhora o meu penar<br />
Demora não, demora não<br />
Vai ver, o acaso entregou<br />
Alguém pra lhe dizer<br /><i>
O que qualquer dirá</i><br />
Parece que o amor chegou aí<br /><i>
Parece que o amor chegou aí</i><br />
Eu não estava lá, mas eu vi<br />
Eu não estava lá, <i>mas eu vi</i><br />
<br />
Clareira no tempo<br />
Cadeia das horas<br />
Eu meço no vento<br />
O passo de agora<br />
E o próximo instante, eu sei, é quase lá<br />
Peço não saber até você voltar"<br />
<br />
Fez-se mar, LH.Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-11479747872922551302013-06-19T11:20:00.000-03:002013-06-19T11:22:59.931-03:00Green is the colour, eu (só) balbucio.<div style="text-align: center;">
<span style="color: #38761d; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>"Juro¹ manter sempre verdes seus olhos em minhas lembranças²".³</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><i>1 - "Que Jônatas se resolvesse a amar a Davi, quando
não conhecia as paixões deste tirano afeto, não foi muita fineza; mas, depois
de conhecer seus rigores, depois de sofrer suas sem-razões, depois de experimentar
suas crueldades, depois de padecer suas tiranias, depois de sentir ausências,
depois de chorar saudades, depois de resistir contradições, depois de atropelar
dificuldades, depois de vencer impossíveis, arriscando a vida, desprezando a
honra, abatendo a autoridade, revelando secretos, encobrindo verdades,
desmentindo espias, entregando a alma, sujeitando a vontade, cativando o
alvedrio, morrendo dentro em si, por tormento, e vivendo em seu amigo, por
cuidado, sempre triste, sempre afligido, sempre inquieto, sempre constante,
apesar de seu pai e da fortuna de ambos – que todas estas finezas diz a
Escritura fez Jônatas por Davi – que depois, digo, de tão qualificadas
experiências de seu coração e de seu amor, se resolvesse segunda vez a fazer
juramento de sempre amar? Isto sim, isto é amor". Pe. Antonio Vieira, em Sermão do Mandato pregado na Capela Real, ano de 1645.</i></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><i><br /></i></span>
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">2- "Amor - chama, e, depois, fumaça...| Medita no que vais fazer:| O fumo vem, a chama passa...| Gozo cruel, ventura escassa,| Dono do meu e do teu ser,| Amor - chama, e, depois, fumaça...| Tanto ele queima! e, por desgraça,| Queimado o que melhor houver,| O fumo vem, a chama passa...| Paixão puríssima ou devassa,| Triste ou feliz, pena ou prazer,| Amor - chama, e, depois, fumaça...| A cada par que a aurora enlaça,| Como é pungente o entardecer!| O fumo vem, a chama passa...| Antes, todo ele é gosto e graça.| Amor, fogueira linda a arder!| Amor - chama, e, depois, fumaça...| Portanto, mal se satisfaça| (Como te poderei dizer?...)| O fumo vem, a chama passa...| A chama queima. O fumo embaça.| Tão triste que é! Mas...tem de ser...| Amor?...- chama, e, depois, fumaça:| O fumo vem, a chama passa". Manuel Bandeira, em Chama e Fumo pregado em Teresópolis, ano de 1911.</span></i><br />
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></i>
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">3 - ..., pregado na parede, ano de 2011.</span></i>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-48508268109701642102013-03-27T10:35:00.003-03:002013-03-27T10:38:14.503-03:00Reedição<h2 class="date-header">
<i> </i></h2>
<h2 class="date-header">
<i> </i></h2>
<h2 class="date-header">
<i>quarta-feira, 24 de março de 2010</i></h2>
<i>
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=761627599552083680" name="5927163129696301234"></a>
</i><br />
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name">
<i>
Queda
</i></h3>
<i>
</i>
<br />
<div class="post-header">
</div>
<i>
</i><br />
<div align="justify">
<i>Estou pedindo pra ser só medo. É que não me lembro
da última vez que caí, ao me desequilibrar por desconcentração e receio.
Das cicatrizes nos meus joelhos, lembro-me que apenas uma foi por
vontade. Aquela ladeira íngreme e comprida que, virando, dava num muro
cheio de quinquilharias, era atraente. Posso até ver a imagem que meu
cérebro conseguiu processar naqueles intensos segundos em que meus olhos
vidrados eram ressecados pelo vento causado pela aceleração da minha
bicicleta caloi. Eu, que nunca fui de travessuras, não era
gente com aquela máquina rosa-bebê nos pés, já que as mãos quase sempre
ficavam no ar. Parece até que tatuei a nossa parceria; não poderia
contar quantas emoções foram estampadas à fina ranhura no meu corpo. Eu
nem sei que fim levou minha caloi, mas o medo aliou-se a mim
depois da dita queda. Gabo-me de não ter chorado. Sequer voltei pra casa
com o rabinho entre as pernas, escondendo os ferimentos pra que não
passassem merthiolate. - E merthiolate não arde mais.
Uma pena, eu adorava ouvir minha madrinha dizendo "eu assopro, eu
assopro". Esses dias ela passou em mim o novo. Eu duvidei do poder de
cura, mais parecia água, e ela nem fez biquinho pra assoprar, fazendo
vento pra carregar a minha dor. - Acho que foi por o risco ter me
atraído, e eu tê-lo assumido e provocado, é que eu não me lembro do ente
medo. Engraçado que agora torça pra que tenha. Acostumei-me com um
poder premonitório esse tempo todo, agora eu só não queria acertar.
Ponho a culpa num medo. Invento-o. Porém, não tenho mais bicicleta e o
joelho já não serve pra lascar. Tenho uma rótula aqui dentro que sempre
se desloca quando mexo, e até se mexe sem que eu queira. Será que essa
eu posso arriscar? Se quem arrisca não petisca, estou me vendo comer poeira, com a cara no chão e o coração arranhado. Dá pra ver a carne viva.
Ora, nunca esteve morta. Mas, uma vez machucada, o que há de fazer
passar? Vai ser preciso muito ácido e atroz vendaval. Tudo bem, que
seja, então. Pra mim, tem que ser assim: tem que arder para curar!</i><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
<span style="color: #cccccc;"><span style="font-size: xx-small;">Eu deveria ter confiado mais no meu "poder premonitório". Continua ardendo tudo aqui.</span></span></div>
Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-63878445801405147472012-11-25T11:26:00.001-03:002012-11-25T11:26:30.958-03:00lembrademim<div class="cor_2" id="cabecalho" style="color: #999999;">
<div>
<h1 id="identificador_musica">
<i><span style="font-size: xx-small;">Lembra De Mim</span></i></h1>
</div>
<h2>
<i><span style="font-size: xx-small;"><a href="http://letras.mus.br/ivan-lins/" id="identificador_artista">Ivan Lins</a></span></i></h2>
</div>
<div style="color: #999999;">
<i><span style="font-size: xx-small;">Lembra de mim!<br />
Dos beijos que escrevi<br />
Nos muros a giz<br />
Os mais bonitos<br />
Continuam por lá<br />
Documentando<br />
Que alguém foi feliz...</span></i></div>
<div style="color: #999999;">
<i><span style="font-size: xx-small;">Lembra de mim!<br />
Nós dois nas ruas<br />
Provocando os casais<br />
Amando mais<br />
Do que o amor é capaz<br />
Perto daqui<br />
Há tempos atrás...</span></i></div>
<div style="color: #999999;">
<i><span style="font-size: xx-small;">Lembra de mim!<br />
A gente sempre<br />
Se casava ao luar<br />
Depois jogava<br />
Os nossos corpos no mar<br />
Tão naufragados<br />
E exaustos de amar...</span></i></div>
<div style="color: #999999;">
<i><span style="font-size: xx-small;">Lembra de mim!<br />
Se existe um pouco<br />
De prazer em sofrer<br />
Querer te ver<br />
Talvez eu fosse capaz<br />
Perto daqui<br />
Ou tarde demais...</span></i></div>
<div style="color: #999999;">
<i><span style="font-size: xx-small;">Lembra de mim!...</span></i></div>
Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-69397418784601090002012-11-12T10:14:00.004-03:002012-11-12T10:15:46.605-03:00"Madalena foi pro mar e eu fiquei a ver navios". (Gal)<i>Quem me chama? Deixe-me no mar. Não me mande cartas de amor enfiadas em
garrafas que nem mesmo se me acertarem a cabeça durante meus mergulhos
diários eu vou querer saber. Não me mande notícias da costa. Deixei nela
tudo que não podia levar. Fui embora da minha ilha deserta, que a
solidão acompanhada é pior que navegar só. Não grite, não. Eu vou ficar
aqui com as sereias. Só volto quando me ensinarem a ser bonita outra
vez. Hei de voltar cantando com minha voz aguda e minha melodia atonal
de sempre, mas com frequência baixa imperceptível, capaz de influenciar
os tolos só pra selecionar os que não são.<br />Não faça sinal de fumaça.
Estou longe demais pra identificá-lo. Não me venha com pedidos de
socorro, eu não volto nem por um naufrágio. <br />No mar, estou onde quero
estar. Entre os peixes, entre os meus, entre os que vivem sufocados em
meio a muitas gotas salgadas e pouco oxigênio diluído. Não me chame!
Estou onde eu quero estar.<br />Deixe-me, eu quero me afogar, preencher o peito de qualquer fluido porque sangue aqui demora.<br />Deixe-me
no mar. Aqui eu sofro menos. Ainda que minha pele esteja ressecada,
meus lábios estourados, meus cabelos desbotados, meus miolos derretidos,
meu coração descobre em meio a imensidão do horizonte, das
inconstâncias entre a tempestade e a limpidez do céu, do sol a pino, se
encontrar.</i><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Deixa Madalena lá. Quem viu, viu. Quem não viu... <br />
Bem, ela nunca foi de se mostrar.Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-54500649450964733942012-10-24T14:12:00.002-03:002012-10-24T14:13:41.035-03:00O Não-ser é<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">O não-ser é. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Dor, insuportável saudade </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Quando lembro de minha beldade. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">O mal é abstrato, mas física é a dor. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Sem seu meigo carinho e o seu uno amor. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Talvez a dor passe um dia, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">mas não podemos confiar na cronologia, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">pode o amor não acabar, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">mas o tempo vai passar </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">e pode ser tarde pra a gente se amar. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Disso é que eu tenho medo, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Mas em meu coração </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">vou manter em segredo </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">nosso amor com todo zelo. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Saber que fiz você sofrer </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Faz minh’alma padecer. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Chorei aos versos de Bandeira: </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">“compassiva e benfazeja” </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Rolaram lágrimas por cima da bandeja </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">que comia a pipoca e só pensava em você. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Nossas tarde tão monótonas, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">mas tão cheias de amor e satisfação. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Não queríamos mais nada. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Bastava a ocasião </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">pra ficarmos juntos o dia inteiro. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Nossos sorrisos não se fechavam por nada,</span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">A não ser por abrir a geladeira e não encontrar a goiabada, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">porque vital é a sua companhia </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">não importa aonde for. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Na cama, no sofá ou no estacionamento. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Ainda me apaixono toda vez que lembro </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Do seu cabelo ao vento. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Em minha memória, fotografei esse momento. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Porque em mim tudo é você. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Não poderia ter esquecido de você nenhum instante, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Mas foi nessa maldita hora </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">que plantei a angústia que sinto agora. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Discutindo na escola, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Me disseram que não existe o nada, </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Mas eu longe de você </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Não sou nada além do Não-Ser. </span></span></span></span><br />
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #cccccc;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-size: xx-small;">Evelon Oliveira </span></span></span></span>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-44714303144374612902012-07-31T09:15:00.003-03:002012-07-31T09:15:36.241-03:00A verdade que nunca precisou do "por-vir": Meu frissonMeu coração pulou<br />
Você chegou me deixou assim<br />
Com os pés fora do chão<br />
Pensei, que bom<br />
Parece enfim, acordei<br />
Pra renovar meu ser<br />
Faltava mesmo chegar você<br />
Assim sem me avisar<br />
E acelerar<br />
Um coração que já bate pouco<br />
De tanto procurar por outro<br />
Anda cansado<br />
Mas quando você está do lado<br />
Fica louco de satisfação<br />
Solidão nunca mais<br />
Você caiu do céu<br />
Um anjo lindo que apareceu<br />
Com olhos de cristal<br />
Enfeitiçou<br />
Eu nunca vi nada igual<br />
De repente você surgiu na minha frente<br />
Luz cintilante<br />
Estrela em forma de gente<br />
Invasora do planeta, amor<br />
Você me conquistou<br />
Me olha, me toca<br />
Me faz sentir<br />
Que é hora, agora<br />
Da gente ir<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"><span style="background-color: #eeeeee;">O por-vir que se fez verdade: A Falta.</span> </span>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-80463776001250633472012-07-02T22:53:00.001-03:002012-07-02T22:53:38.673-03:00<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<i>Não compreendo a ti. Releio tuas declarações e ainda ressoam teus sussurros mais sinceros aos meus ouvidos. Teu peso, teu calor e o "eu te amo" com ou sem pedidos cheios de dengo e vontade. Onde ficaste, aonde foste? Por que soltaste a minha mão? Eu fiquei tão só. Eu com umas tuas camisas, uns livros, uns discos e aquela tua foto e, nesta, teus enormes olhos verdes pelos quais me apaixonei.<br />Guardei-te numa caixa, quis que estivesses fora do coração e só dentro dela, mas toda vez que a abro bate forte meu músculo vermelho enfraquecido, falta a-r nas vias vermelhas e sobram lágrimas pra inchar e avermelhar meu rosto mais magro e pálido de agora. Já não sei mais o que reflito no espelho; Gostaria de voltar a refletir a beleza que gostavas, a sensualidade criada só pra ti. Aonde foram teus sentidos, será que captas minha tristeza nas frequências que libero, enquanto fecho os olhos cabisbaixa pedindo por ti irracionalmente? Por quê? O que faltava em mim? O que sobrava em ti? Melhor esquecer-te. Quem disse que tento? Bem sei que não consigo.</i></blockquote>
</blockquote>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-45780363757744556932012-06-24T23:27:00.003-03:002012-06-24T23:32:05.995-03:00<i>Um dia</i><br />
<i>Vivi a ilusão de que ser homem bastaria</i><br />
<i>Que o mundo masculino tudo me daria</i><br />
<i>Do que eu quisesse ter</i><br />
<i><br /></i><br />
<i>Que nada</i><br />
<i>Minha porção mulher, que até então se resguardara</i><br />
<i>É a porção melhor que trago em mim agora</i><br />
<i>É que me faz viver</i><br />
<i><br /></i><br />
<i>Quem dera</i><br />
<i>Pudesse todo homem compreender, oh, mãe, quem dera</i><br />
<i>Ser o verão o apogeu da primavera</i><br />
<i>E só por ela ser</i><br />
<i><br /></i><br />
<i>Quem sabe</i><br />
<i>O Superhomem venha nos restituir a glória</i><br />
<i>Mudando como um deus o curso da história</i><br />
<i>Por causa da mulher</i><br />
<i><br /></i><br />
Superhomem - A canção, Gilberto Gil.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="color: #cccccc; text-align: left;">
<span style="font-size: xx-small;">Ainda apoio teus pesados pensamentos em meio aos meus seios pequenos,
mantendo-lhe rente ao peito e esgueirando-me até beijar-lhe a testa,
como acordo espreguiçando-me na cama vazia e sinto seu calor e cheiros
sozinha. Sei, mais-que-tudo, além das dores, sei sentir a tua falta.</span></div>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-20544854676011239992012-05-07T12:54:00.001-03:002012-05-07T12:54:19.328-03:00Tá bomSenta aqui que hoje eu quero te falar<br />
Não tem mistério, não<br />
É só teu coração<br />
Que não te deixa amar<br />
Você precisa reagir<br />
Não se entregar assim<br />
Como quem nada quer<br />
Não há mulher, irmão, que goste desta vida<br />
Ela não quer viver as coisas por você<br />
Me diz, cadê você ai?<br />
E ai, não há sequer um par pra dividir<br />
<br />
Senta aqui, espera que eu não terminei<br />
Pra onde é que você foi<br />
Que eu não te vejo mais?<br />
Não há ninguém capaz<br />
De ser isso que você quer<br />
Vencer a luta vã<br />
E ser o campeão<br />
<i>Pois se é no "não" que se descobre de verdade<br />
O que te sobra além das coisas casuais</i><br />
Me diz se assim está em paz?<br />
Achando que sofrer é amar demais<br />
<br />
Los HermanosMadalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-62220249694861629592012-05-06T19:00:00.005-03:002012-05-06T19:00:54.364-03:00A vida assim nos afeiçoa<div class="post-body entry-content" id="post-body-1657276372202839134" itemprop="articleBody">
Se fosse dor tudo na vida,<br />Seria a morte o sumo bem.<br />Libertadora, apetecida,<br />A alma dir-lhe-ia, ansiosa: - Vem!<br /><br />Quer para a bem-aventurança<br />Leves de um mundo espiritual<br />A minha essência, onde a esperança<br />Pôs o seu hálito vital;<br /><br />Quer no mistério que te esconde,<br />Tu sejas, tão somente, o fim:<br />- Olvido, impertubável, onde<br />"Não restará nada de mim!"<br /><br /><i>Mas horas há que marcam fundo...<br />Feitas, em cada um de nós,<br />De eternidades de segundo,<br />Cuja saudade extingue a voz.</i><br /><br />Ao nosso ouvido, embaladora,<br />A ama de todos os mortais,<br />A esperança prometedora,<br />Segreda coisas irreais.<br /><br />E a vida vai tecendo laços<br />Quase impossíveis de romper:<br />Tudo o que amamos são pedaços<br />Vivos do nosso próprio ser.<br /><br />A vida assim nos afeiçoa,<br />Prende. Antes fosse toda fel!<br />Que ao se mostrar às vezes boa,<br /><i>Ela requinta em ser cruel... </i></div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-1657276372202839134" itemprop="articleBody">
<i> </i></div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-1657276372202839134" itemprop="articleBody">
<div style="text-align: left;">
Manuel Bandeira<i> </i></div>
</div>
<span class="post-author vcard">
</span>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-7616915890425679522012-04-16T08:43:00.003-03:002012-04-16T11:08:24.207-03:00<div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic;">"Vai ficar tudo bem".</span><br /><br /><br /><br />[ Q u a n d o <span style="font-weight: bold;">?</span> ]<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br style="font-style: italic;"><div style="text-align: left;" id="div_letra"> <p>"Quem bater primeira dobra do mar/Dá de lá bandeira qualquer/<span style="font-style: italic;font-size:100%;" ><span>Aponta pra fé e rema</span></span>/É, pode ser que a maré não vire/Pode ser do vento vir contra o cais/E se já não sinto teus sinais/<span style="font-style: italic;">Pode ser da vida acostumar</span></p> <p><span>Será, Morena?/<span style="font-style: italic;">Sobre estar só, eu sei</span>/Nos mares por onde andei/Devagar/Dedicou-se mais/O acaso a se esconder/</span><span style="font-style: italic;">E agora o amanhã, cadê?</span><span>/Doce o mar, perdeu no meu cantar/Só eu sei/Nos mares por onde andei/Devagar/Dedicou-se mais/O acaso a se esconder/</span><span style="font-style: italic;">E agora o amanhã, cadê?</span>"</p><p>(LH, Dois Barcos)<br /></p></div> <br /></div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-91261699211180563982012-03-15T19:57:00.003-03:002012-03-15T23:24:01.773-03:00Hai, caí<div style="text-align: center; font-style: italic;">Todas as coisas que eu mais quis<br />na vida dizem respeito a você:<br />você sempre aqui<br />e nunca mais te ver.</div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-87451642440104959582012-03-04T11:00:00.002-03:002012-03-04T11:22:03.756-03:00Dói tanto assim<br />Que mais que amor não poderia ser,<br />Que não se encontra motivo,<br />Que nem mesmo milhares de risos<br />Poderiam conter.<br /><br />E não é à toa<br />Que sou mesmo Madalena<br />E não existe coisa que se sinta boa<br />Nem quando, desesperadamente,<br />Se tenta.<br /><br />E encontradas todas as razões.<br />No que se espera seja fim,<br />Vem à tona<br />O que ainda atormenta:<br />Uma outra.<br /><br />A quem vai amar mais<br />Porque amor para mim foi verde.<br />E meu amor maduro<br />Condena-me a só poder amar nada<br />ou, na melhor das hipóteses,<br />muito menos.Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-88349271876828527182012-02-04T18:06:00.002-02:002012-03-04T11:24:24.853-03:00<blockquote><span style="font-style: italic;">E se é verdade</span><br /><span style="font-style: italic;">Que "tudo vale a pena</span><br /><span style="font-style: italic;">Se a alma não é pequena",</span><br /><span style="font-style: italic;">Mais verdade ainda</span><br /><span style="font-style: italic;">É que a alma diminui</span><br /><span style="font-style: italic;">Toda vez que a pena é grande.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Mariana Almeida</span></blockquote>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-58410272172195016232011-03-31T16:56:00.000-03:002011-05-31T16:56:10.070-03:00Aquele livro ainda guarda o perfume que derramei pra te fazer lembrar de mim. Talvez possa guardar o cheiro por algumas décadas como vêm sendo guardadas as palavras cristãs sobre o amor divino há séculos.<br />Se hoje eu pudesse confessar, o sermão seria meu. Talvez elevasse as mãos para gritar ao sobrenatural a fim de que esse rebatizasse os meus sentimentos; talvez batesse firme o pé e gesticulasse como se estivesse me aquecendo para uma batalha; talvez esperneasse de agonia pelos resquícios de uma velha impotência; e certamente reclamaria pelo tempo que envelhece sem me deixar passar.<br />Ainda sem poder, ou me negando a querer, eu revelo que cansei. As vezes me pego no meio do jardim, sentada sozinha naquele banco, imaginando ser invisível a todos os olhos, exceto aos dos fiéis cães que deitam próximo a mim, esperando um vento razoavelmente forte e capaz de derrubar os frutos da mangueira ao lado. Sento no banco pra descansar. E quase sempre o cansaço é tanto que nem o sol menos inclinado me incomoda.<br />Evito fechar os olhos quando a brisa passa ressecando-os. Embora não queira ser vista, tenho prazer em ver tudo. Dormindo, mantenho abertos os olhos da alma. Entretanto, aprendi a enganar-me para não ver meu próprio coração.<br />Tem gente que, ao ver sangue, desmaia. Tenho medo de perder os sentidos e ai mesmo não ser vista.Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-45399082404981743542010-05-06T21:33:00.006-03:002010-05-06T23:02:12.492-03:00Afinação<div style="text-align: justify;">Pequena, quero entrar numa caixa de ressonância para conseguir compassar as batidas fortes do meu coração com as notas que as falanges de suas mãos quentes criam. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desisto de ser seu piano, não quero mais ser instrumento, agora sou eu quem deseja tocar. Cada pedacinho de você, com todo o receio de poder te desconcentrar. Por favor, não pare. Finja que não sente meus tremores, eu não os tenho sob controle. Gasto toda a energia pra me manter ouvinte e vigilante, enquanto contenho a respiração pra encher os pulmões de som, pra alimentar o corpo todo só com vibrações. Não sobra espaço pra ar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Deus, ouça aqui este coração sem ritmo. Compreende de alguma maneira essa agonia que, neste exato momento, não decifro. E finjo achar que é pouco tudo isso de sentir tanto desde sempre. Ouça mais que os pedidos confusos do meu coração, ouça, por via transversa, indiretamente, a música que lhe pede a bênção, como se só pudesse acreditar no sobrenatural e ter fé sob esse fundamento.</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;">Creio, religiosamente, na exatidão rigorosa do que, num único e inflexível tamanho, só pode pulsar. Dilata e retrai, dilata e retrai, e permanece sem diminuir nem aumentar. Inteiro e puro, sem deméritos por crescer nem por murchar. Conduzida por som de um piano, afino meu amor. Dou-lhe créditos por dever a beleza que retorna ao meus olhos lânguidos e ouvidos surdos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Martela em mim, a todo o tempo, as lembranças e os silêncios que retive em meu peito. E agora, todos esses sons e tantos causos pra achar graça. Não sei se fecho os olhos pra sentir ou pra lembrar. Soa e ressoa. Tudo em mim, que lhe diga respeito, reverbera. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Grande, sai da caixa a minha alma. Os sons em mim se dissipam e fica você.</div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-85769874519201062172010-03-25T11:15:00.007-03:002010-04-12T14:37:08.168-03:00C'etait ici<div align="center">Quero<br />correr pra fora de casa e<br />brincar no jardim com as pintinhas negras<br />naqueles<br />couros alvos dos filhotes da<br />minha cadela dálmata. Quero<br />rotacionar em torno<br />de mim mesma e cair na grama<br />molhada, vendo os<br />pingos d'água caírem em<br />câmera lenta e sentindo-os espancar<br />minha<br />pele,<br />dissolvendo minha alma<br />naquele chão. Hei de me tornar<br />nutrientes<br />pra<br />mangueira que dança ao som do<br />vento<br />descompassado.<br />Passarinhos dão<br />rasantes pra<br />que eu veja seus<br />peitos<br />coloridos,<br />predominantemente<br />amarelos. Gritam; eu ouço<br />"é<br />hora!". De quê? De<br />se<br />entregar. Quase<br />que<br />me sinto<br />carregada<br />pelos seres que<br />me rodeiam.<br />Tem<br />formiga no<br />meu<br />dedo<br />que<br />não<br />me morde. Deixo assim. Quero fazer<br />parte daqui<br />pra<br />sempre.<br />Quero<br />a cena do filme que essa noite<br />dormi sem<br />repetir.<br />Vejo o<br />brilho<br />de olhos<br />fechados em tudo. Tudo<br />parece estar em mim. Vou<br />explodir.<br />Não aguento em meu<br />peito esse<br />coração a contaminar<br />tudo. Por<br />todo meu corpo,<br />minhas hemácias<br />dançam, fico vermelha e<br />sorrio. Todo<br />o<br />meu ser se recorda<br />que já<br />senti<br />algo assim.<br />Cintila um<br />azul-celeste<br />na<br />minha imensidão<br />nublada,<br />vem sem<br />sol. Volta<br />chuva. Chora,<br />céu,<br />por<br />mim. Esconda-me<br />dos olhos<br />injustos,<br />não<br />quero<br />dividir essa sensação.<br />Sinto-me<br />louca. Maravilhoso ter<br />minha<br />própria razão. Fico<br />desconfiada.<br />Sumam<br />todos, eu não<br />quero<br />dividir.<br />Não<br />surjam,<br />deixem-me<br />aqui ou<br />deitem-se<br />comigo.<br />Mãe,<br />hoje, eu não vou<br />almoçar.<br />Engoli<br />esse ar,<br />essas<br />cores,<br />esse<br />sons, essas texturas, esse<br />tons.<br />Até a<br />revoada de<br />urubus se afastou,<br />lembrando-me que estou viva.<br />Sem<br />ninguém<br />aqui, estou repleta de<br />mim. Cai água<br />outra vez.<br />Tudo<br />em<br />01:53, a<br />última nota<br />no violino<br />e FIM.</div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-59271631296963012342010-03-24T22:31:00.005-03:002010-03-24T23:16:57.355-03:00Queda<div align="justify">Estou pedindo pra ser só medo. É que não me lembro da última vez que caí, ao me desequilibrar por desconcentração e receio. Das cicatrizes nos meus joelhos, lembro-me que apenas uma foi por vontade. Aquela ladeira íngreme e comprida que, virando, dava num muro cheio de quinquilharias, era atraente. Posso até ver a imagem que meu cérebro conseguiu processar naqueles intensos segundos em que meus olhos vidrados eram ressecados pelo vento causado pela aceleração da minha bicicleta <em>caloi</em>. Eu, que nunca fui de travessuras, não era gente com aquela máquina rosa-bebê nos pés, já que as mãos quase sempre ficavam no ar. Parece até que tatuei a nossa parceria; não poderia contar quantas emoções foram estampadas à fina ranhura no meu corpo. Eu nem sei que fim levou minha <em>caloi</em>, mas o medo aliou-se a mim depois da dita queda. Gabo-me de não ter chorado. Sequer voltei pra casa com o rabinho entre as pernas, escondendo os ferimentos pra que não passassem <em>merthiolate</em>. - E <em>merthiolate</em> não arde mais. Uma pena, eu adorava ouvir minha madrinha dizendo "eu assopro, eu assopro". Esses dias ela passou em mim o novo. Eu duvidei do poder de cura, mais parecia água, e ela nem fez biquinho pra assoprar, fazendo vento pra carregar a minha dor. - Acho que foi por o risco ter me atraído, e eu tê-lo assumido e provocado, é que eu não me lembro do ente medo. Engraçado que agora torça pra que tenha. Acostumei-me com um poder premonitório esse tempo todo, agora eu só não queria acertar. Ponho a culpa num medo. Invento-o. Porém, não tenho mais bicicleta e o joelho já não serve pra lascar. Tenho uma rótula aqui dentro que sempre se desloca quando mexo, e até se mexe sem que eu queira. Será que essa eu posso arriscar? Se <em>quem arrisca não petisca,</em> estou me vendo comer poeira, com a cara no chão e o coração arranhado. <em>Dá pra ver a carne viva</em>. Ora, nunca esteve morta. Mas, uma vez machucada, o que há de fazer passar? Vai ser preciso muito ácido e atroz vendaval. Tudo bem, que seja, então. Pra mim, tem que ser assim: tem que arder para curar!</div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-66573903635662732202010-03-15T22:10:00.013-03:002010-03-15T23:12:46.215-03:00A princesa sem um conto<div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"><em>Poderia jurar que ela está no tempo errado. Quando Carola me aparece distante, caminhando passos fortes com seu jeito expansivo e delicado, tenho visões de uma outra época. Sou capaz de ver a corte inteira enfeitada, e todos aqueles raios de sol invadindo os vastos salões com piso de mármore - branco, só para irradiar a filha caçula do rei que não existe. </em></span></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"><em>Até no nome, Carola não pode ser daqui. Os longos cabelos amarelos, que formam cachos irregulares nas pontas; os olhos pequeninos de garota levada e doce; o nariz arrebitado, comum às altivas rainhas da minha boba imaginação. Se desenho na magreza peculiar dela um vestido de tecido fino, com muitas saias sobrepostas e corset apertado repleto de pedras encravadas, ponho logo no pescoço uma gargantilha de pérolas, numa tentativa vã de representar o jeito gracioso e puro de ser infantil na moça moderna que pulsa e cintila ali.</em></span></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"><em>Tão bonito vê-la correndo com o vestido suspenso acima dos joelhos pelas mãozinhas pequenas, típicas de princesa. Emociona-me a ternura naquele olhar comprimido pelas pálpebras restritas que, em hipótese alguma, restrigem os olhos do visível e invisível nesse mundo. Ela consegue ver coisas que nem mesmo os esbugalhados podem ver. Ela ainda gosta de ver. E sorri sozinha, sem vergonha, das bobagens da vida, conscientizando-se de como são incrivelmente maravilhosas.</em></span></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify"><span style="font-family:lucida grande;"><em>Carola sabe sentir, e sente. Sente até a mim, aqui, embasbacada com a possibilidade dela não ser desse tempo. Feliz com o desenho romântico que meus olhos lânguidos criam só de olhar. Definitivamente, não é só imaginação. Se tem alguém que cabe tão bem num conto de fadas posto à prova por meus dedos, a princesa encantada da minha narrativa não será outra moça senão Carola. Não mudo sequer uma característica. Deixo assim como me apareceu, como se sempre tivesse feito parte daquele lugar em que eu me encontrava sem encantamento e magia. </em></span><span style="font-family:lucida grande;"><em>Pena que Carola não é fada, mas ainda bem que posso vê-la de vez em quando - mesmo que reprimida pela maldição da frigidez -, e não me deixar esquecer nunca que a vida é um glamouroso baile de gala que sequer cabe em tempo algum.</em></span></div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-87337478123206589982009-11-25T19:40:00.007-03:002009-11-25T21:39:01.090-03:00Meduso<div style="text-align: right; font-style: italic;"><span style="font-size:85%;">Olhos fechados<br />pra te encontrar...<br />Não sei bem certo...<br />Se é você já perto<br />Se é intuição.<br /></span></div><br /><br /><br />É que você mexe comigo!¹<br /><br />Ignore o que vem antes da afirmação, entenda apenas que se pareço passiva é simplesmente porque eu não sei pra onde ir, o que fazer, nem por onde começar. Não há aqui o fator começo e, pelo pulsar acelerado do meu coração, nem fim. Quero fazer tudo ao mesmo tempo, dai, o corpo para, e o que deveria ser dinâmico se torna estático, fingindo que espera o melhor momento, quando o tempo acabou de parar.<br /><br />Todas as minhas células se digladiam, e até tentam por em xeque a lei da física que determina a impossibilidade de dois corpos habitarem o mesmo espaço. Bobagem, ainda quero coabitar com o seu. Mas a droga do inteiro é sempre fragmento. Talvez pra compensar é que a nova viagem fica sempre sem despedida, e só a vida responde sem dúvidas sobre o retorno.<br /><br />No <span style="font-style: italic;">meio</span> das contas, você volta ali, e a verdade piegas é que só permaneceu. Eu, que fecho os olhos quando entro em nova rota, mergulhando às cegas num mar particular, só ajo assim pra não lhe decorar e duvidar sempre se as manchas dos teus olhos continuam onde estavam.<br /><br />Concentro-me na respiração pra aliviar a alma das razões em minha mente, tento até obedecer a entidade do esquecimento, entretanto, é só da sua côr que eu sei de cór. Só a sua tonalidade substantivada é capaz de me causar uma síncope e todas as nuances que me deixa ver ainda hão de ludibriar meus guardas. Com o intuito de me lembrar, ainda bem que fecho os olhos. Com o intuito de sentir tudo, ainda bem que fecho os olhos.<br /><br />Afinal, decorei da primeira vez: É cor de medusa, Meduso.<br /><br />¹Seu olhar me petrifica!Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-24993195689958117442009-10-17T19:17:00.001-03:002009-10-17T19:18:38.646-03:00Deixada<i>Sabe o que é pior em vir? </i><div><i>[...]</i></div><div><i>Ter que voltar.</i></div>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-761627599552083680.post-6327683739521003202009-09-04T11:37:00.013-03:002009-09-04T20:19:07.237-03:00O aroma de tudo que viaja<div style="text-align: justify;"></div><blockquote><div style="text-align: justify;">Meu querido Ygor,<br /><br />Já é quase primavera e ainda não chegou aqui nenhuma carta sua. Estou preocupada com você. Desde o verão que não nos falamos, e da última vez que tentei te ligar, você não me atendeu. Talvez não queira falar comigo, mas eu estou cheia de tanta vontade de ouvir sua voz que uma vez telefonei pra empresa áerea pra reservar uma passagem. Acabei desistindo. Ficou se repetindo na minha cabeça você dizendo <span style="font-style: italic;">diga que não estou.</span><br /><br />O Augusto me contou que você não anda bem e tem faltado muito ao escritório. Assim você não vai conseguir mudar de vida, nem vai parar de andar de ônibus e comprar aquele carro do ano que sempre quis. Procura aquela psicoterapeuta que eu ia sempre, ela pode te ajudar a organizar as ideias. Acredite, ela é muito boa. Sem ela eu não superaria a ideia de você com outra, e sequer estaria aqui.<br /><br />Mentira. Eu não superei. Não sabe o quanto que essa última ideia me corrói, mas sabe que quero só o seu bem. E droga, eu tinha que vir, você sabe. Não dava mais pra ficar sozinha em casa esperando você chegar do trabalho, ouvindo baixinho o meu rock para não incomodar a vizinhança de idosos daquela rua ladeirada. Só as suas violetas me faziam companhia, e eu nunca gostei de violetas. Elas eram sem graça e nem enfeitavam bem a janela de nossa casa.<br /><br />Juro que não queria ter te deixado. Queria que tivesse vindo comigo, pra ver os lugares legais por onde passei, com cada arquitetura legal, cada comida exótica, cada cultura diferente, meu querido. Você não desgrudaria da máquina fotográfica nem por um instante, ainda mais sendo essa profissional que comprei quando cheguei aqui e, engordaria uns bons quilinhos com essa sua curiosidade gastronômica. Pensei em te mandar as fotos e até uns temperos, mas acho que essas lembranças e aventuras foram só minhas. Na verdade, pensei que pudesse ter lembranças minhas demais.<br /><br />Eu sei que fiquei de mandarem buscar minhas coisas, mas é que aqui eu não preciso de nada que deixei ai. Quase não fico em casa, nem mesmo pra dormir. Nunca disse isso, mas se você quiser, e se já não tiver feito ainda, pode doar, jogar fora, incinerar, qualquer coisa. Aproveite pra jogar fora aquele sapato de couro que te comprei naquela feira que chegou na cidade. Com certeza, já não deve servir mais. Espero que tenha dado fim também naquele tapete da sala que não deixava eu cuidar da sua alergia respiratória. Só não jogue fora os meus CD's. Mande-os pelo correio que eu vou lhe ressarcir os gastos.<br /><br />Ai, Ygor, parece que estou ouvindo você cantarolar <span style="font-style: italic;">Easy</span> - <span style="font-style: italic;">Faith no more</span>, querendo me dizer que vai deixar de me amar assim que a tarde alaranjada de hoje virar noite escura daquelas sem estrelas. Quase não respiro, como daquelas vezes em que você defumava a casa com fumo e nicotina de tanta inquietação, antes d'eu me irritar com seu vício, molhando os últimos cigarros.<br /><br />Ainda posso sentir o cheiro de perfume e cigarro na camisa que te roubei. De vez em quando, quando o coração aperta de saudade, eu visto teu abraço pra conseguir dormir. Acho que fiquei viciada em cigarro também. Não vou comprar. Mas se eu te mandar uma passagem? Você vem?<br /><br /></div><div style="text-align: right;">Um beijo da sua<br />Madalena.<br /></div><br /></blockquote><br /><br />Para Ygor, em <a href="http://disperder.blogspot.com/2009/08/homesick.html">Homesick.</a>Madalenahttp://www.blogger.com/profile/00358547437855804934noreply@blogger.com14