quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Meduso

Olhos fechados
pra te encontrar...
Não sei bem certo...
Se é você já perto
Se é intuição.



É que você mexe comigo!¹

Ignore o que vem antes da afirmação, entenda apenas que se pareço passiva é simplesmente porque eu não sei pra onde ir, o que fazer, nem por onde começar. Não há aqui o fator começo e, pelo pulsar acelerado do meu coração, nem fim. Quero fazer tudo ao mesmo tempo, dai, o corpo para, e o que deveria ser dinâmico se torna estático, fingindo que espera o melhor momento, quando o tempo acabou de parar.

Todas as minhas células se digladiam, e até tentam por em xeque a lei da física que determina a impossibilidade de dois corpos habitarem o mesmo espaço. Bobagem, ainda quero coabitar com o seu. Mas a droga do inteiro é sempre fragmento. Talvez pra compensar é que a nova viagem fica sempre sem despedida, e só a vida responde sem dúvidas sobre o retorno.

No meio das contas, você volta ali, e a verdade piegas é que só permaneceu. Eu, que fecho os olhos quando entro em nova rota, mergulhando às cegas num mar particular, só ajo assim pra não lhe decorar e duvidar sempre se as manchas dos teus olhos continuam onde estavam.

Concentro-me na respiração pra aliviar a alma das razões em minha mente, tento até obedecer a entidade do esquecimento, entretanto, é só da sua côr que eu sei de cór. Só a sua tonalidade substantivada é capaz de me causar uma síncope e todas as nuances que me deixa ver ainda hão de ludibriar meus guardas. Com o intuito de me lembrar, ainda bem que fecho os olhos. Com o intuito de sentir tudo, ainda bem que fecho os olhos.

Afinal, decorei da primeira vez: É cor de medusa, Meduso.

¹Seu olhar me petrifica!