Quero
correr pra fora de casa e
brincar no jardim com as pintinhas negras
naqueles
couros alvos dos filhotes da
minha cadela dálmata. Quero
rotacionar em torno
de mim mesma e cair na grama
molhada, vendo os
pingos d'água caírem em
câmera lenta e sentindo-os espancar
minha
pele,
dissolvendo minha alma
naquele chão. Hei de me tornar
nutrientes
pra
mangueira que dança ao som do
vento
descompassado.
Passarinhos dão
rasantes pra
que eu veja seus
peitos
coloridos,
predominantemente
amarelos. Gritam; eu ouço
"é
hora!". De quê? De
se
entregar. Quase
que
me sinto
carregada
pelos seres que
me rodeiam.
Tem
formiga no
meu
dedo
que
não
me morde. Deixo assim. Quero fazer
parte daqui
pra
sempre.
Quero
a cena do filme que essa noite
dormi sem
repetir.
Vejo o
brilho
de olhos
fechados em tudo. Tudo
parece estar em mim. Vou
explodir.
Não aguento em meu
peito esse
coração a contaminar
tudo. Por
todo meu corpo,
minhas hemácias
dançam, fico vermelha e
sorrio. Todo
o
meu ser se recorda
que já
senti
algo assim.
Cintila um
azul-celeste
na
minha imensidão
nublada,
vem sem
sol. Volta
chuva. Chora,
céu,
por
mim. Esconda-me
dos olhos
injustos,
não
quero
dividir essa sensação.
Sinto-me
louca. Maravilhoso ter
minha
própria razão. Fico
desconfiada.
Sumam
todos, eu não
quero
dividir.
Não
surjam,
deixem-me
aqui ou
deitem-se
comigo.
Mãe,
hoje, eu não vou
almoçar.
Engoli
esse ar,
essas
cores,
esse
sons, essas texturas, esse
tons.
Até a
revoada de
urubus se afastou,
lembrando-me que estou viva.
Sem
ninguém
aqui, estou repleta de
mim. Cai água
outra vez.
Tudo
em
01:53, a
última nota
no violino
e FIM.
correr pra fora de casa e
brincar no jardim com as pintinhas negras
naqueles
couros alvos dos filhotes da
minha cadela dálmata. Quero
rotacionar em torno
de mim mesma e cair na grama
molhada, vendo os
pingos d'água caírem em
câmera lenta e sentindo-os espancar
minha
pele,
dissolvendo minha alma
naquele chão. Hei de me tornar
nutrientes
pra
mangueira que dança ao som do
vento
descompassado.
Passarinhos dão
rasantes pra
que eu veja seus
peitos
coloridos,
predominantemente
amarelos. Gritam; eu ouço
"é
hora!". De quê? De
se
entregar. Quase
que
me sinto
carregada
pelos seres que
me rodeiam.
Tem
formiga no
meu
dedo
que
não
me morde. Deixo assim. Quero fazer
parte daqui
pra
sempre.
Quero
a cena do filme que essa noite
dormi sem
repetir.
Vejo o
brilho
de olhos
fechados em tudo. Tudo
parece estar em mim. Vou
explodir.
Não aguento em meu
peito esse
coração a contaminar
tudo. Por
todo meu corpo,
minhas hemácias
dançam, fico vermelha e
sorrio. Todo
o
meu ser se recorda
que já
senti
algo assim.
Cintila um
azul-celeste
na
minha imensidão
nublada,
vem sem
sol. Volta
chuva. Chora,
céu,
por
mim. Esconda-me
dos olhos
injustos,
não
quero
dividir essa sensação.
Sinto-me
louca. Maravilhoso ter
minha
própria razão. Fico
desconfiada.
Sumam
todos, eu não
quero
dividir.
Não
surjam,
deixem-me
aqui ou
deitem-se
comigo.
Mãe,
hoje, eu não vou
almoçar.
Engoli
esse ar,
essas
cores,
esse
sons, essas texturas, esse
tons.
Até a
revoada de
urubus se afastou,
lembrando-me que estou viva.
Sem
ninguém
aqui, estou repleta de
mim. Cai água
outra vez.
Tudo
em
01:53, a
última nota
no violino
e FIM.
Um comentário:
uau prima, legal ! poxa, se fosse outra pessoa que tivesse escrito eu num entenderia nada, mas como foi você, deu inté pra entender um pouquinho, bom né esse não uma poema típico pra uma pessoa da minha idade, então... te amo prima, gostei! essa dálmata deve ser bruna?! sei lá...
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