Eu conheci Ana em uma esticada de artistas depois do teatro. 'De cara', gostei do jeito livre dela, Tinha uma beleza gostosa de mulher desajeitada com um toque todo especial de elegância high society. Eu me encantei pelo ar propositalmente desarrumado, sabendo que metade daquela arrumação tinha sido premeditada, mas confesso que foi o rosto limpo, sem maquiagem, o que mais me agradou.
Numa mesinha de bar, ao som de um cantor sem voz tentando ganhar a vida nas noites da cidade, ela me acompanhou solidariamente na água, enquanto todos os outros se deliciavam com seus drinks e coquetéis bem elaborados.
Ana gostava de falar, e como falava! Olhava diretamente nos olhos do seu ouvinte, tentando hipnotizá-lo para não ser refutada. Não sei se também fui hipnotizada, mas até hoje acredito que todas as suas palavras estavam absolutamente certas, embora não tenha podido tomá-las por convicção. Distante duas ou três cadeiras de mim, mesmo que estivesse falando para outra pessoa, era para mim que olhava com atenção. Não sei por que, mas aquele olhar não me causou medo, senão intensa curiosidade.
Nem me assustei quando ela deu um jeito de sentar do meu lado, chamando a atenção dos outros à mesa, ao substituir prontamente o meu vizinho que fora ao banheiro. Lembro que Pierre, o produtor, alertou-me para ter cuidado com ela, fazendo meu rosto enrubescer, e fez chacota sobre eu ser carne fresca. Pouco me importei, talvez tenha até gostado da atenção que tirei ainda mais de Ana depois do comentário. Posso confessar sem medo que tive interesse tanto quanto ou ainda maior.
Achei que a noite passara rápido demais praquela nova experiência pela qual Ana queria me levar/levava. Falamos de música, de teatro, de pintura, de literatura, e para falar a verdade, não concordei com quase-nada, mas aceitei as verdades de Ana com profunda admiração, sem poder refutá-la.
Cada um em direção ao seu carro, a noitada no fim, Ana me segurou um pouco mais, agora disfarçadamente. Queria que meu passo fosse lento o suficiente para me surpreender sem que ninguém percebesse. Talvez se tivesse sido efusiva, ninguém percebesse mesmo, afinal, o nível de álcool no sangue estava muito além do permitido para dirigir.
Mas Ana estava sã, sem nenhum sabor de álcool em seu lábios ou língua. Como sei? Ana me puxou para um vão no estacionamento em que parados juntos estavam nossos carros, e me beijou com fulgor de adolescente apaixonada. Nem sei se retribuí como queria/devia naquele instante, mas consigo lembrar de cada movimento dos nossos rostos e músculos fundidos ali.
Depois ela me disse direta e incisiva que não era lésbica, mas logo emendou um beijo terno depois d'eu ter dito que "artistas são como anjos, Ana: não têm sexo!"
Numa mesinha de bar, ao som de um cantor sem voz tentando ganhar a vida nas noites da cidade, ela me acompanhou solidariamente na água, enquanto todos os outros se deliciavam com seus drinks e coquetéis bem elaborados.
Ana gostava de falar, e como falava! Olhava diretamente nos olhos do seu ouvinte, tentando hipnotizá-lo para não ser refutada. Não sei se também fui hipnotizada, mas até hoje acredito que todas as suas palavras estavam absolutamente certas, embora não tenha podido tomá-las por convicção. Distante duas ou três cadeiras de mim, mesmo que estivesse falando para outra pessoa, era para mim que olhava com atenção. Não sei por que, mas aquele olhar não me causou medo, senão intensa curiosidade.
Nem me assustei quando ela deu um jeito de sentar do meu lado, chamando a atenção dos outros à mesa, ao substituir prontamente o meu vizinho que fora ao banheiro. Lembro que Pierre, o produtor, alertou-me para ter cuidado com ela, fazendo meu rosto enrubescer, e fez chacota sobre eu ser carne fresca. Pouco me importei, talvez tenha até gostado da atenção que tirei ainda mais de Ana depois do comentário. Posso confessar sem medo que tive interesse tanto quanto ou ainda maior.
Achei que a noite passara rápido demais praquela nova experiência pela qual Ana queria me levar/levava. Falamos de música, de teatro, de pintura, de literatura, e para falar a verdade, não concordei com quase-nada, mas aceitei as verdades de Ana com profunda admiração, sem poder refutá-la.
Cada um em direção ao seu carro, a noitada no fim, Ana me segurou um pouco mais, agora disfarçadamente. Queria que meu passo fosse lento o suficiente para me surpreender sem que ninguém percebesse. Talvez se tivesse sido efusiva, ninguém percebesse mesmo, afinal, o nível de álcool no sangue estava muito além do permitido para dirigir.
Mas Ana estava sã, sem nenhum sabor de álcool em seu lábios ou língua. Como sei? Ana me puxou para um vão no estacionamento em que parados juntos estavam nossos carros, e me beijou com fulgor de adolescente apaixonada. Nem sei se retribuí como queria/devia naquele instante, mas consigo lembrar de cada movimento dos nossos rostos e músculos fundidos ali.
Depois ela me disse direta e incisiva que não era lésbica, mas logo emendou um beijo terno depois d'eu ter dito que "artistas são como anjos, Ana: não têm sexo!"
5 comentários:
Olha...
Ana existe além da imaginação?
Beijo.
PS: SUMIDA!!!
Ora bolas!
Case-se comigo, então!
;D
Verdade que o recado foi dado: "cuidado com ela". Mas o alerta serviu como isca. Ah, e Ana, proibida, veio como a maçã à Eva.
Tenho pra mim que Ana é miragem. Uma ilusão de quem não bebeu nada, mas quis uma diversão noturna, algo pra contar. Ana parece mito.
Beijo.
continuo a te "acompanhar", ainda que de longe, por aqui...
:)
"Quero assim pra mim." não foi referente ao texto? Ao amor...?
Enfim...
Não me leve tão a sério com essas propostas de casamento...
Minha opinião sobre esse negócio continua a mesma: é a maneira mais banal de se acabar com o amor.
(ou não!)rs
E cá entre nós... não há esse desejo, né?
Beijo, meu bem.
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