Vagou pela casa durante a madrugada, buscando algo que diminuísse sua angústia sem origem e distraísse seus pensamentos sem nexo.
Comeu quase todos os biscoitos do pote sem ter fome e sem sentir prazer. Só se ocupou, mastigando as guloseimas pequenas e crocantes.
Fez alguns barulhos na cozinha enquanto futucava a geladeira procurando as reflexões congeladas. Talvez desse certo se pusesse no microondas e as digerisse como se deve, mas resolveu só fazer um suco. O liquidificador zunindo em seu ouvido até que provocou certa sensação de alívio. Triturou, na verdade, algumas lembranças que sempre surgiam nos momentos parecidos com aquele.
Entalou-se com o suco que ficara grosso e consistente demais. Diluiu em água; esqueceu de pôr açúcar. Intragável, mas definitivamente tragado.
Duas horas da manhã e deitou-se na cama enrolada em dois cobertores. Enrolou-se em mil de tanto que rolou de um lado a outro, ao procurar a melhor posição.
As imagens do televisor ligado, os sons, as vozes dos atores dos filmes não se diferenciavam de mera estática. O esforço destinava-se à atenção para si mesma!
Desistiu de dormir, logo logo o despertador a alertaria do horário que começava sua rotina. Na verdade, não via mais utilidade em fechar os olhos. Já fazia parte da rotina não dormir.
Acordou, sem sobressaltos, certeiros segundos antes da ação desesperada do despertador.
A realidade não mudou em nada no intervalo de tempo do seu "piscar de olhos". Não se importou. Estava bom daquele jeito. Estava bem daquele jeito.
Sonhos, para que mesmo?
Comeu quase todos os biscoitos do pote sem ter fome e sem sentir prazer. Só se ocupou, mastigando as guloseimas pequenas e crocantes.
Fez alguns barulhos na cozinha enquanto futucava a geladeira procurando as reflexões congeladas. Talvez desse certo se pusesse no microondas e as digerisse como se deve, mas resolveu só fazer um suco. O liquidificador zunindo em seu ouvido até que provocou certa sensação de alívio. Triturou, na verdade, algumas lembranças que sempre surgiam nos momentos parecidos com aquele.
Entalou-se com o suco que ficara grosso e consistente demais. Diluiu em água; esqueceu de pôr açúcar. Intragável, mas definitivamente tragado.
Duas horas da manhã e deitou-se na cama enrolada em dois cobertores. Enrolou-se em mil de tanto que rolou de um lado a outro, ao procurar a melhor posição.
As imagens do televisor ligado, os sons, as vozes dos atores dos filmes não se diferenciavam de mera estática. O esforço destinava-se à atenção para si mesma!
Desistiu de dormir, logo logo o despertador a alertaria do horário que começava sua rotina. Na verdade, não via mais utilidade em fechar os olhos. Já fazia parte da rotina não dormir.
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Acordou, sem sobressaltos, certeiros segundos antes da ação desesperada do despertador.
A realidade não mudou em nada no intervalo de tempo do seu "piscar de olhos". Não se importou. Estava bom daquele jeito. Estava bem daquele jeito.
Sonhos, para que mesmo?
2 comentários:
Primeiro que suas metáforas são lindíssimas!! Nossa, eu adorei. Só que esse post na verdade me fez sentir uma angústia, sabe? Me fez recordar sensações que por muito tempo rondaram a minha vida.
Seu talento é impressionante... deixou-me pasmo.
faço minhas as palavras escritas ai em cima.
Fez-me lembrar as minhas noite d insonia, onde so troco a televisao pelo computador, para falar com quem eu nao quero, so pra passas a angustia de nao poder dormir.
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