quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Cobrança de amor | - Quem espera?


Se ela desejou que todos vissem sua demonstração de amor, todos viram. - Aos olhos de quem sentia o mesmo, pareceu mais uma prisão e um pedido de reciprocidade.
Talvez o destinatário de todo aquele amor se sentisse melhor com toda aquela disponibilização.
- Aos olhos de quem sentia mais, pareceu, na verdade, um desnivelamento do amor próprio com aquele exposto.
Não foi possível discernir os sentimentos e intenções impregnados naquele ato público. - Aos olhos de quem sentia simplesmente, a pureza nobre e a nobreza pura não existiam ali.

O que mesmo aqueles olhos atentos viam/queriam ver?
Dúvidas há quanto a neutralidade das observações, mas o montante de perguntas não enseja a execução dos títulos de respostas. Afinal, quem poderia responder a indagações que nem mesmo os mais competentes puderam esclarecer? Nem mesmo os legitimados se oferecem a muito esforço.

Ao coração parecia, finalmente, que alguém ali estava contente. Que assim continuasse, então. Que as alegrias fossem muitas e que alcançassem o destinatário daquela declaração de amor que não seria expressa sequer pelos olhos atentos da moça distraída que também tinha lábios.

À mente, parecia que esperar não era viável. Não era válido. Não deveria ser necessário. Quem soube e observou, distraidamente, aquela demonstração pública de afeto - prestação de contas amorosas inequívoca -, acreditava piamente que o melhor seria andarem juntos, mesmo que não houvesse adequações para tanto.

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